Certo dia de lua minguante, em abril, escrevi que
"A vida não vem em ondas.
A vida vem em ciclos.
Há quem diga que é a mesma coisa: 'ondas são ciclos'. Não sei. Pra mim as ondas são independentes e únicas. Os ciclos iniciam e terminam no mesmo lugar e se repetem. As dores e alegrias parecem únicas e novas, mas elas já são velhas conhecidas, só aparecem com novas roupas (ou com as velhas - irreconhecíveis de tão velhas).
A solução parece ser deixar passar. Sentir a dor ou a alegria, explorá-las, mas deixar passar. Não se prenda às emoções. Se prenda ao material, ao que existe, ao presente. Se prenda ao que é real."
Ainda estou na dúvida se a vida vem em ondas ou em ciclos.
A despeito da natureza repetitiva da vida, todos os dias nós podemos escolher mudar. E a mudança implica, quase invariavelmente, em falhas que vão te levar para o mesmo ponto de onde você começou.
Parar, respirar, se perdoar, planejar e tentar novamente.
E, afinal, não importa se voltamos para o mesmo ponto quando já não somos os mesmos. É uma autopoiese que te refaz a cada dia um pouquinho diferente. Somos meio cíclicos, mas também somos ondas. O que importa é que estamos sempre em movimento.
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