Aquilo foi fuga dos planos. Desvio do caminho, mudança de ideia, a estratégia que falhou.
Mas foi uma fuga deliciosa. Estar ali era doloroso e excitante e, apesar do medo, era só lá que eu queria estar. Na instabilidade daquele lugar eu me sentia viva, e que nesta vida eu podia ser eu mesma.
Foi por isso que eu cravei dentes e unhas na carne. Eu sabia que não poderia evitar que aquilo se esvaísse no tempo, mas não podia deixar de tentar. Eu usei os braços e as pernas para segurar aquele instante.
Aquilo foi como a tarde amarela que surge sem explicação, em um dia de inverno. E o sol, enfim, se pôs.
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