É uma sensação dura que atravessa as diversas partes da vida e as suas diversas fases. Vem da criança que queria atenção, passando pela adolescente que queria ser reconhecida, à adulta que quer carinho. A adulta que quer amar, que quer calor, que quer presença. A mulher que quer compartilhar.
Mas nada é suficientemente sólido. Você não pode confiar: aquele amor vai embora. O amor é o prelúdio do adeus.
Quando eu olho pra trás eu vejo minha coleção de despedidas. A maioria delas não é daquelas despedidas típicas, com abraços e lágrimas, mas despedidas. Da infância vejo vultos da família que eu quis ter por perto mas que ficou longe, e cada vez mais longe. Ao longo da vida vejo amigos que vieram e se foram, alguns sem deixar quaisquer vestígios, outros presos eternamente em sonhos distantes. Pelo caminho se amontoam os amores e suas inúmeras feridas - abertas ou cicatrizadas - como fracassos doídos.
E dá medo de se dar, de abrir o peito para a nova queda.
El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
É nesse momento que surge a vontade de fugir para um país distante, onde seu nome ou seu rosto não signifiquem nada para ninguém. Ser nômade de corpo e alma te permite ignorar o porquê de você estar só.
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